“Apesar de estar ciente de que a má gestão florestal um dia provocaria um grande incêndio deste género, comprová-lo foi bastante desagradável. O fogo queimou parte da floresta que pertencia à minha infância. Poucos dias depois do incêndio decidi fazer uma intervenção em forma de ritual para mostrar os meus sentimentos em relação à floresta queimada”, explica Mark Sellares no seu site.

“Foi a forma que encontrei para ultrapassar o luto e a perda”, acrescenta.

O resultado é um impressionante cemitério de 200 cruzes entre dois e dez metros de altura, um trabalho totalmente feito à mão, sem o uso de serras, com um objetivo primordial: chamar a atenção para os desastres florestais um pouco por todo o mundo – numa luta contra o esquecimento e a indiferença.

“A falta de preservação das florestas leva as chamas a engolirem e carbonizarem vastas áreas naturais e isso é chocante”, afirma o artista.

A intenção deste projeto é exportá-lo para a América Latina e explorar o seu potencial para chamar a atenção para a necessidade de investir seriamente em meios de combate a incêndios florestais, causados intencionalmente para conquistar terrenos agrícolas e aceder exploração ilegal da madeira.

O resultado do trabalho de Sellares é um murro no estômago, porque nos inquieta e tira o sono, como na verdade toda a arte deveria fazer.

Fonte: Grenn Savers